sexta-feira, setembro 09, 2011
Lembranças
sexta-feira, setembro 09, 2011 |
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Blog do Beagle |
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- Elzinha, estive na minha cidade para cuidar de minha avó que teve um derrame. Está bem e não ficou com sequelas. Minha cidade? Santa Cruz do Rio Pardo.
Naquele instante, diante da fala de minha manicure, me vi menina, de pés no chão, brincando na rua com minhas primas. Vi meu maiô branco de bolas coloridas e o rio em que nadávamos. Lembrei da pinguela que usávamos para chegar à casa de minha avó-madrinha. Lembrei-me de meu avô, tão velhinho com quem eu jogava Escopa e Crapô. Quando ele faleceu aos 88 anos, eu tinha 10.
Não residi em Santa Cruz e passei alguns períodos de férias lá, mas o filme daqueles dias me veio com tanta nitidez que me emocionei.
Lembrei do enterro do tio Amado naquele dia chuvoso e com muito barro para se chegar ao cemitério. Acredito que eu estivesse com uns 4 ou 5 anos naquele dia. Foi meu primeiro enterro.
Quando iamos para lá minha avó-madrinha me pegava e me levava para dormir com ela no quarto que ficava embaixo da cozinha. Ela me aconchegava numa cama e se deitava na outra. Conversávamos um pouco e eu acordava com o café da manhã repleto de pães feitos em casa.
Ela mantinha uma folhina na parede com os dias marcados para pagamentos, remédios e sei lá mais o quê. Eu chegava, pegava a folhina e rabiscava, pois, não sabia da importância daquelas marcações. Ela ria...
Depois, ela e meu avô mudaram de casa e tinha no quintal mexirica, limão, hortelã, erva cidreira e outras coisas que não me lembro. Eu pedia para ela fazer chá de hortelã para mim. Na hora das refeições ela fazia limonada com limão rosa e jamais tomei limonada tão gostosa. Minha Mãe dizia que a limonada era rezada, mas não sei se era graça ou verdade.
Não fui ao enterro de meu avô, mas me lembro do velório.
Já mocinha, minha prima me ensinou a fumar e me iniciou no vício que deixei faz uns 10 anos.
Depois que minha avó morreu eu não estive em Santa Cruz muitas vezes, não. Tia Evanira se foi pouco depois e tia Nadyr morava em Bauru. Tio Breno se escondeu em São Pedro do Turvo e Tio Alcindo veio apra São Paulo.
De lá, sobraram as lembranças e ao que me consta, nenhum parente.
Acredito que meus avós estejam enterrados no cemitério daquela cidade e, depois desse mergulho no passado, penso em traze-los para cá e deixa-los junto de meus pais. Meu Pai era profundo admirador de meu Avô e dizia-se filho de minha Avó.
Já disse e repito: adoro envelhecer.
Bjs. Elza
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Elza Maria sempre em busca de respostas. Paradoxal, curiosa, inteligente, crítica, observadora, sentimental, habilidosa, amorosa, sensível, disciplinada e um montão de outras coisas. Ser humano normal, comum, mediano, mas que gosta de escrever e está no quarto blog.
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2 comentários:
Eu também estou curtindo, sem trauma nenhum.
parece que estou de férias da blogsfera
Bom fim de semana
=)
Miltinho, gosto de vir aqui de vez em quando e escrever o que me emociona. Nada de compromisso! Bom ver vc por aqui. Bj.
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