domingo, dezembro 28, 2008

PostHeaderIcon O Natal de Claudemira




- Gente, nós foi convidado pra passar o Natal na casa do meu chefe.

- O que é para gente levar, Mãe?

- Nada. Ele disse que oferece tudinho.

Na véspera de Natal Claudemira e os filhos foram pra a casa do chefe, com sacolas de presentes nas mãos, muita fome e sede.

- Chefe, onde eu ponho os presentes?

- Ah ... onde você quiser, Claudemira. Ali ...

- Chefe, presente a gente põe embaixo da árvore, disse ela rindo e não entendendo o embaraço dele.

- Não fazemos árvore aqui em casa.

Ela deixou os presentes num canto da sala para não atrapalhar o trânsito das demais pessoas.

- Chefe, sai uma cervejinha gelada?

- Sinto muito, minha cara, nós não bebemos álcool no Natal.

Sucos e refrigerantes a vontade e um balde de água fria nas pretensões daquela mulata fogosa e de seios fartos.

A televisão estava desligada. Nada de especiais da TV e nada de música profana. Ao fundo, música erudita que aos ouvidos da ignorante Claudemira pareceu religiosa.

Um presépio tomava conta de canto nobre da sala, sem o menino Jesus.

Os filhos dela encontraram outros jovens para conversar e desapareceram da sala.

Claudemira ficou só, consigo mesma, pois, não conseguiu acompanhar a conversa das outras pessoas presentes. Eles falavam sobre a história da igreja, os mitos que envolviam o Natal; as festas profanas que derem origem à comemoração do nascimento de Cristo e, falaram muito a respeito desse nascimeto e das dúvidas a respeito da data real em que teria ocorrido.

- Não tem Papai Noel na decoração, pensou ela. Por que esse povo discute tanto? Jesus nasceu no dia 25 e nós trocamos presentes, ora! Cadê a ceia? Tou com fome! Ficar aqui a seco não é mole!

O jantar foi servido e Claudemira espantou-se por não ver aquele festival de iguarias sobre a mesa. Oraram antes de ser servido o bacalhau o que pareceu um absurdo naquela cabecinha de vento.

- Chefe, cadê os outros pratos? Eu não sou muito amiga de bacalhau, não!

Rindo, ele disse:

- Como não? Já vi você comer bacalhau lá no bar do Tião, perto do escritório! Esse é o único prato, minha cara!

- Chefe, comi bacalhau lá por outros motivos. Num gosto não! Disse ela revirando os olhos com malícia.

A sobremesa foi servida. Frutas frescas e secas, além de um pavê de chocolate.

Após a ceia, todos voltaram às conversas que não eram familiares à Claudemira e ela foi ficando incomodada. Ninguém trocou presentes, a música aos ouvidos dela continuavam fúnebres e os filhos se divertindo com os outros jovens.

Perto da meia noite a dona da casa se levantou e pegou a figura do Menino Jesus e levou ao presépio, colocou no berço de palha, acendeu uma lâmpada pequena que initava uma vela e orou. Convidou os demais para orar e iniciou rápida preleção sobre o sentido daquela festa.

- Devemos deixar que Jesus entre em nossos corações, na nossa casa, no nosso bairro, na nossa cidade e assim, até atingir todos os seres viventes, comemorando o dia de hoje, deixando as mágoas e as tristezas lá no passado. Nossa ceia foi perfeita, sem desperdícios, sem sobras, para nos lembrarmos que nosso Jesus nasceu em local simples, inóspito e frio. Não devemos esbanjar ou desperdiçar para comemorar o nascimento de Jesus. O melhor presente que você pode oferecer não é isto, nem aquilo, mas é a sua disposição de servir, é o seu acolhimento, é a sua bondade, é a sua ternura, é o seu amor.

O queixo de Claudemira caiu. Ela se sentiu estranha no meio daquele povo diferente que não entendia o que era o Natal e que ficava orando e falando bonito.

Após a manifestação da dona da casa ela se despediu, pegou os filhos e os presentes e foi embora para a casa de sua comadre que estava no meio da ceia, com tender, pernil, lombo de porco, chester, arroz com passas, muita cerveja e pagode. Comeu a não mais poder e distribuiu os presentes adquiridos para o chefe e esposa para a comadre e marido.

Divertiu-se até altas horas e no dia seguinte, de ressaca, ajudou a lavar os pratos e copos.

- Tive um Natal inesquecível! Conheci um negão musculoso e com uma linda tatuagem, lá ... !

Bjkª. Elza

Em tempo: Para quem não sabe, Claudemira é um personagem que criei para viver histórias diversas e, geralmente cheias de gafes e imprecisões. Trata-se de uma mulata metida a besta, que acha que sabe de tudo. É sem educação, fogosa, não se lembra que já passou dos 40 e que tem netos. Usa saias curtíssimas, decotes enormes, cabelos revoltos e maquiagem carregada.

Em tempo 2: a preleção a respeito do Natal e do significado foi retirada do blog Evangelizar, da Tetê, cujo link está ali ao lado.

sábado, dezembro 27, 2008

PostHeaderIcon Natal


Quando eu era menina o Natal era comemorado na casa de minhas avós. Um ano com a italiana Concetta e no outro com a brasileiríssima, Maria. Cidades diferentes e hábitos diversos.

As crianças recebiam presentes simples e comia-se frutas secas. Ninguém falava em Papai Noel como se fala hoje. Ele era uma linda figura abstrata que servia para justificar as lembranças que os Pais presenteavam os pimpolhos. Os adultos bebiam vinho e conversavam. Os presentes eram abertos no dia 25 pela manhã.

O Pai de minha Mãe morreu em 26 de dezembro de 1959 e a partir daí a coisa ficou meio complicada e triste, mas com os anos, a dor diminuiu e o Natal voltou a brilhar. Aos poucos os avós foram se despedindo de nós e minha Mãe tornou-se a matriarca e competia a ela fazer a festa, a ceia e a decoradora da casa. Eu ajudava, até me casar.

Com a chegada da namorada do meu irmão e hoje, sua esposa há 35 anos, o Natal virou uma festança de roupas, presentes e muita farra. Deixou de ser aquela coisa intima e bonita para ser comercial e fútil. Alegre, todavia!

Fazia anos e mais anos que eu não apreciava o Natal. Sentia-me um peixe fora da água na festa que obrigatóriamente eu frequento. Desde que me casei meu Natal mudou. Meu marido não gostava de ir à casa de minha Mãe e sempre buscou me tirar de lá. Cedi, é claro!

Para mim, um sofrimento saber que os meus estavam juntos e eu, no meio de estranhos, com quem não tinha a menor ligação.

Os meus se despediram. Primeiro meu Pai e muitos anos depois, minha Mãe. Sobramos 3 irmãos sem muita liga por conta de fatos outros que não vem ao caso e estão, confusamente, contados no outro blog do Beagle, com link ali do lado.

Antes mesmo de minha Mãe ir-se eu me via no meio daqueles estranhos para comemorar o Papai Noel, já que, eles não tem a mais mínima religiosidade e nem ligam para o nascimento de Jesus.

O pior é que, na distribuição dos presentes eu via minha insignificância para eles. Cheguei a receber uma correntinha quebrada, que joguei na calçada, em frente ao prédio, tamanha a humilhação. Não me dessem nada!

Apesar disso, os anos foram passando, as encrencas para Natal e Ano Novo entre eles foram enormes e eu, de camarote, observando, sem dar palpite.

Minha toalha de Natal passou a ser requisitada, assim como meus préstimos culinários. Ora uma torta, ora o tender...

Nesse Natal eu resolvi não cozinhar. Sirvam-me, pensei comigo. Emprestei minha toalha, mais uma vez. Comprei uma torta numa doceira por aqui.

Preparei-me para receber um sabonete ou uma toalhinha de mão bordada, mas, de propósito, levei bons presentes. Sou humana e adoro provocar!

A surpresa maior veio do filho do meu marido que me presenteou com um livro. Por meio desse livro ele reconheceu que sou inteligente e bem informada. Ele mostrou que tem respeito pelo meu intelecto e algum carinho, já que se lembrou de mim. Por meio desse livro ele me demonstrou que não mais resiste à idéia de eu ter me casado com o Pai dele. Demonstrou que podemos conversar, o que acho ótimo!

Ele me presenteou com "Deu no New York Times" de Larry Rohter, Ed. Objetiva, que, por sinal, já comecei a ler.

A esposa me presenteou com outra correntinha de qualidade discutível, mas, desta vez, inteira. O que significa a correntinha? Tenho minha teoria, mas prefiro me calar.

Almocei com meu irmão no dia 25 e ele está muito frágil.

Como foi o Natal de quem o comemora?

Bjkª. Elza
segunda-feira, dezembro 22, 2008

PostHeaderIcon Li no UOL

22/12/2008 - 10h33
Cidade alemã 'proíbe Papai Noel'
Marcio DamascenoDe Berlim para a BBC Brasil
Uma pequena cidade no sul da Alemanha decidiu banir o Papai Noel da paisagem natalina. A câmara municipal de Fluorn-Winzeln, lugarejo com pouco mais de 3 mil habitantes localizado às margens da Floresta Negra, declarou a região uma "zona livre de Papai Noel".

Cidade da Alemanha decide criar uma "zona livre de Papai Noel"

O objetivo é prestigiar as tradições natalinas do país e São Nicolau
De acordo com o prefeito local, Bernhard Tjaden, o objetivo é preservar as tradições do Natal, segundo ele freqüentemente esquecidas nessa época do ano em favor do consumismo. A idéia é incentivar os cidadãos a substituir o "bom velhinho" pela figura histórica de São Nicolau. "O Papai Noel é um personagem artificial" argumenta Tjaden. "Ele não lembra em nada São Nicolau, que ajudava pessoas carentes e era um amigo das crianças", explica. CampanhaAs escolas e os comerciantes da região aderiram ao apelo, retirando as decorações com Papai Noel das vitrines e colando adesivos com um sinal de "proibido" em seus estabelecimentos. Cartazes com o rosto do personagem atravessado por uma faixa vermelha adornam não só o interior de lojas e repartições públicas, mas os avisos, que se parecem com uma placa de trânsito, foram pendurados também na fachada do prédio da prefeitura e até junto à sinalização que marca as entradas do município. Nas salas de aulas, professores ensinam às crianças o significado do Natal e contam histórias de São Nicolau, bispo de Mira no século IV, que serviu de inspiração para o ícone natalino. Os alunos são orientados a diferenciar o "original" da "cópia" e desenhos no quadro negro mostram as diferenças entre os trajes de ambos, destacando a mitra episcopal no lugar do gorro vermelho e o cajado substituindo o saco de presentes. A campanha "Zona livre de Papai Noel" foi criada por uma entidade assistencial ligada Confederação dos Bispos da Alemanha para resgatar São Nicolau como símbolo original das festas natalinas e combater o "consumismo" nas festas de fim de ano. A renda obtida na venda de cartazes, adesivos e outros produtos será destinada à entidades que prestam ajuda a crianças com doenças terminais. Esta é a primeira vez que a idéia é apoiada oficialmente pela administração de um município.


Engraçado ter lido essa noticia, pois, eu não fiz árvore de natal esse ano e meu papai noel que sempre fica numa poltrona está me incomodando.

Vou fazer um presépio esse ano, hoje, ainda.

Bjkª. Elza
domingo, dezembro 14, 2008

PostHeaderIcon Prato vazio


- Meninos, quase não chego! Eita chuva chata!


- Olhem lá, a Jussara e a Maria Rachel chegando ...


- Tudo bem, agora somos 6 mulheres e um homem.


- João vc é o mais velho dessa mesa, portanto comporte-se. Você já passou dos setenta...


- Meu Pai comportar-se? Ele é o mais moleque de todos, aqui. Está feliz da vida porque reuniu a familia.


- É muito importante estarmos juntos porque nossa familia está acabando. Ninguém encontra ninguém e não há comunicação entre nós. Temos o mesmo sangue, embora não o mesmo sobrenome.


- Sirva essa pizza e vamos pedir outra. Tá todo mundo com fome?


- Eu quero um chopp, bem gelado.


- Vou de coca-cola.


- Quero H2O de maçã.


- Convidei meu irmão para vir, mas ele ainda está em recuperação. Trincou uma costela.


- Agua mineral sem gas e sem gelo.


- Pizza? Ah ... de queijo é melhor. Pode ser margheritta.


- Prefiro calabresa.


- Não minha avó era irmã da mãe dele. O João é primo do meu Pai.


- Sou parente pelo lado do Pai dele. Meu Pai e seu Pai eram muito amigos e se corresponderam a vida inteira.


- Eu sei, li as cartas que ele guardou.


- Nossa, meu Pai guardava as cartas, também.


- Meu Pai era irmão do João e primo do seu Pai. Eu me lembro do meu Pai contando histórias do seu.


- Eu me lembro do meu Pai falando do seu, também. Minha Mãe já se despediu de nós.


- Pois eu dei o maior fora quando encontrei seu irmão no clube... eu não sabia e perguntei por ela ... fiquei tão passada quando ele me disse que já fazia mais de 3 anos ...


- Sua Mãe está viva?


- Ela mora em Brotas e passarei o Natal com ela. Lá é uma confusão danada. Junta todo mundo, inclusive os parentes dela para cear.


- Imagine que você já tem tudo isso de idade. Eu sou mais novo que você, então kakakakaka


- João, vi você lá na maternidade kakakakakaka de fraldinha e cueiros kakakakaka


- Quero outra água, por favor.


- Dessa pizza não quero, prefiro calabresa.


- Minha Mãe ainda mora na mesma casa e deixou as coisas do meu Pai intactas.


- O Olavo não se conformou até hoje com a despedida da Neusa. Está na casa do filho e não voltou para a dele. Está com mais de 80 anos!


- Ganhei R$ 400,00 no bingo! Para sustentar a greve os policiais receberam propina dos bingos e tem um monte deles funcionando. São clandestinos, mas tem policiamento kakakakaka


- Prima, sua Mãe não vem mesmo para São Paulo? Eu queria conversar mais com ela.


- Nossa familia tem muito câncer, é melhor você ir ao médico para conferir essa pinta aí.


- Pois eu vou contar que apareci com um grosseiro na pele no dia 6, e procurei hora no dermato e a recepcionista me disse que só teria para o dia 16. Implorei e ela arrumou um encaixe para mim e o Sergio me deu as amostras gratis para combater a alergia.


- Sergio? Qual Sergio? Não acredito!!!!!!!!!! Ele é meu dermato, tb!!!!!!!!!


- Vocês estão brincando? Como é possível? Numa cidade tão grande e vocês não se conheciam ...


- Tenho um comunicado para fazer e é coisa séria: foi descoberto um melanoma aqui, no meu braço. Fui operado, retirado material para biópsia e não precisarei nem fazzer quimio porque o gânglio sentinela estava limpo.

- Quero sorvete.
- Prefiro papaia com cassis.
- Tem torta holandesa?
- Outra água, por favor.
- João, vamos dividir essa conta? Deixe de ser antipático, somos muitas e ...
- Já sei, vamos marcar uma pizza e ele será nosso convidado. Hoje não adianta tentar demove-lo da idéia. Ele ganhou no bingo !
E por aí afora. Nós estivemos juntos das 20:30 às 24:00 horas. A conversa rolou solta.

Do grupo somente o João ainda é meu parente, tecnicamente. Ele estava acompanhado da filha, muito querida, Maria Alice.

As demais já são filhas de um irmão dele, já falecido e, portanto, duas das convivas eram filhas de outro primo do meu Pai. Delas, eu já conhecia uma, da outra pizza que comemos.

Duas delas nem isso. São parentes do João mas não do meu Pai. Uma delas eu já conhecia desde os tempos que eu frequentava o mesmo clube que ela, mas jamais tive amizade. O Pai dela era amigo do meu Pai e ambos se corresponderam a vida inteira. A outra, conheci naquela noite e nem sei qual o parentesco dela com o João.

Apesar do comunicado que o João fez a respeito do melanoma que foi retirado do braço dele no mês de outubro, a noite foi de muita alegria e ele fez questão de pagar a conta com o dinheiro que recebeu no bingo.

Já decidimos nos reunir em janeiro e o João será nosso convidado.

Em azul, coisas que eu disse.
Em vermelho, o João disse.

Bjkª. Elza
quinta-feira, dezembro 11, 2008

PostHeaderIcon Pizza


- Elza Maria, você quer comer uma pizza comigo e com a Maria?


Fiquei em transe.
Quem me chama pelo meu nome duplo e que poucas pessoas conhecem? Meus irmãos usam Mana. Essa não é a voz do Tio Predileto e nem dos primos mais próximos.


De quem é essa voz morna e macia, com leve acento caipira?


Maria? E eu sei quem é Maria?


- Aposto que você não está reconhecendo minha voz.


De fato, não estava. Pedi que falasse mais um pouco para reavivar a memória e o engraçadinho repetiu a última fala. Em nada me ajudou, é claro.


- Elza Maria, aqui é o João!


Agora, sim! João, primo de meu Pai e que adotei como amigo querido. Maria é a filha dele que detesta ser chamada só pelo primeiro nome. Ela é Maria Alice, muito especial, diga-se de passagem.


- Quero que você conheça as filhas do meu irmão, amanhã, na mesma pizzaria da última vez, lá pelas 19:30h. Olhe, eu confirmo, tá bom?


Já me animei, pois, marido está fora e eu muito só. Chamei meu irmão para conhecer as filhas do primo do papai, mas ele não pode ir. Ainda está com dores por causa da costela fraturada e se cansa à toa.


- Elza Maria, então está confirmado, amanhã, depois das 20h por causa do rodizio, tá bom? Por que só você irá? Cadê o marido? De novo em Belo Horizonte? Puxa vida, você fica muito sozinha!


Hoje comerei pizza com parentes distantes e estou toda feliz.


Bjkª. Elza
segunda-feira, dezembro 08, 2008

PostHeaderIcon SOS animais


Ficou pequena a imagem e não sei como aumentar para leitura dos dizeres, então, resolvi resumir:
Luisa Mell, apresentadora de programa televisivo dedicado a animais está encabeçando campanha de donativos para comida e medicamentos destinados aos bichos que se perderam de seus donos por causa da catastrofe que abateu Santa Catarina.
Ela fez parceria com a rede Pet Shop Marginal que tem diversas lojas onde as doações poderão ser entregues: Marginal do Tietê, Alphaville, Ipiranga e nas cidades de Mogo das Cruzes, São Bernardo do Campo e Campinas. Os endereços estão no cartaz, mas tão miudinhos ... quem quiser, me diga, que eu tenho o cartaz em ponto maior e posso transmitir o endereço solicitado.
Os animais estão sofrendo o abandono, doenças e fome, pois, como todos sabemos, os domésticos tem dificuldade de sobreviver sem seus parceiros humanos.
Esse é o recado de hoje.
Bjkª. Elza
quinta-feira, dezembro 04, 2008

PostHeaderIcon Está tenso? Descanse, ora!















- Você não imagina o que eu fiz hoje, me disse a amiga cachorreira, ao telefone.
- Nem imagino, mia fia. Conte.
A linha do celular caiu naquele minuto. Fiquei sem sinal porque estava dentro do shopping, embaixo de muitas toneladas de concreto. Na hora fiquei curiosa, mas acabei esquecendo, pois, andei por lá com o marido por muito tempo.
Muitas horas depois:
- Conte, agora, onde vc andou e o que fez.
- Fui para aquele motel perto da Justiça, sozinha.


A primeira vez que ouvi história semelhante foi por um amigo e cliente, muitos anos atras. Ele estava muito cansado, cheio de tudo e de todos, enfrentando todo tipo de problemas, inclusive familiares.

- Elzinha, eu comi um sanduiche na cama e deixei cair migalhas por todos os lados. Bebi uma cerveja e deixei o copo no chão e a lata suada sobre a mesa de madeira. Deitei de sapato. Tomei banho de banheira e cantei feito um louco, espalhei água pelo banheiro inteirinho. Fumei no quarto com a janela fechada. Larguei a toalha molhada sobre o colchão. Liguei a TV num programa de esportes e deixei o som bem alto. Andei pelado pelo quarto e depois dormi como um anjo! Sai de lá novinho em folha. Deixei todas as restrições que enfrento em casa limpas! Todas as tensões e preocupações ficaram na água que usei. Eu me soltei. Entrei e saí sozinho e os recepcionistas não entenderam nada.

Eu quase morri de tanto rir com a ênfase que ele dava a cada palavra. Cheguei a pensar em fazer o mesmo para sentir o prazer de não ter restrições além das paredes que me rodeariam. Ficou na vontade.

- A recepcionista me perguntou se eu estava esperando alguém. Disse que tirara o dia para relaxar e descansar, sozinha. Pedi desconto. Ela me deu 20%.

Enquanto eu ria, ela continuou:
- Menina, eu peguei os sais de banho e a espuma, joguei na banheira e liguei a hidromassagem. Fez mais de 30 centímetros de espuma e eu fiquei lá, lutando para respirar e não deixar que entrasse nos meus olhos. Controlei o tempo para não ter queda de pressão. Usei aquela água quente e forte nos pontos de dor das costas. Valeu como massagem !!! Espalhei água pelo banheiro inteirinho e até me preocupei de ela escorrer pelo quarto. Deitei na cama e liguei a TV para desligar em seguida e ouvir o silêncio. Que coisa boa! Não tive minha mãe e meu filho me chamando e me pedindo coisas. Não tive que resolver questões com o pedreiro e nem com a empregada. Desliguei os celulares depois de avisar meu chefe que eu estava com sinusite e que iria ao médico. Descansada, sem barulhos, num lugar limpo e bonito, eu me deitei e dormi. Fazia muito tempo que eu não dormia em paz, sem medicamentos e tranquila. Estou renovada!

Taí a sugestão para descansar e encontrar algumas horas de bom sono.

Bjkª. Elza

Thelma Louise

Thelma Louise
Minha gatinha querida

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Elza Maria sempre em busca de respostas. Paradoxal, curiosa, inteligente, crítica, observadora, sentimental, habilidosa, amorosa, sensível, disciplinada e um montão de outras coisas. Ser humano normal, comum, mediano, mas que gosta de escrever e está no quarto blog.

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