quarta-feira, dezembro 30, 2009

PostHeaderIcon Coisas de meu marido


- Beeeeeeeem, minha carteira está com você, não está?

Minutos depois:

- Beeeeeeeem, ela não está na porta do carro, não!

Pânico geral! Ficou no outlet, mas, onde? Será que ficou na capota do carro e caiu por aí? O cartão de crédito tem chip, mas mesmo assim ... Os documentos pessoais e do carro estão nela... Tem dinheiro lá ...
Mesmo sabedores que o comércio estaria fechado naquele horário fomos até o outlet e falamos com o porteiro. Solícito, deixou que fossemos até o local em que deixáramos o carro para ver se estaria no chão. Nada!

- Moço, este é o meu cartão de visitas. Por favor, se achar a carteira, ligue para mim. Onde fica a Delegacia de Policia mais próxima? Olhe, ligue no celular a cobrar, pois somos de São Paulo. O celular dele ficou no hotel.

A indicação precisa daquele porteiro nos levou a Canasvieiras para lavratura do Boletim de Ocorrência de perda de documentos.

- O que tinha na carteira? Tudo: documento do carro; carteira de motorista; uns R$ 400,00 em dinheiro; cartão de crédito; cartão fidelidade TAM, VARIG e Ocean Air; Carteira do plano de saude, repetia o escrivão enquanto lavrava o BO.

- ... imagine ter que ir para São Paulo sem qualquer documento dele ou do carro! O BO não prova que o carro é dele e nem que a carteira de motorista esteja em ordem... O cartão tem chip, mas pode ser clonado, resmungava eu, enquanto enxugava as lágrimas que teimavam em escapar dos meus olhos.

Dali fomos para a médica, pois, o marido estava com tosse e catarro.

- Sua pressão está 16 por 9, mas, considerando o que aconteceu, não vou mandá-lo para o hospital. Cuide-se e tome mais um diurético!

Receitado antibiótico, fomos até o hotel. O cartão de crédito bloqueado, por telefone, deixou meu marido mais sossegado. Voltamos a Canasvieiras para comprar os medicamentos e almoçar. Meu telefone tocou:

- Dona Elza, é da administração do outlet. Tem um cartão de visitas seu aqui numa carteira que me chegou às mãos, mas os documentos dessa carteira estão no nome de um homem ...

Comecei a chorar ali mesmo, no meio da rua, enquanto saíamos da farmácia! Disse que a carteira pertencia ao meu marido e dei o nome dele.
- Pode vir buscar aqui. Deixarei na portaria com o Marcelo... o porteiro com quem a Senhora conversou hoje cedo.
Corremos para pegar o precioso objeto e pelo caminho conversamos:

- Já sei. Deixei sobre a mesa da sorveteria.

- Lá não foi. Quando vc se levantou não ficou nada sobre a mesa porque observei. Vc deixou no caixa onde pagou o estacionamento, disse eu.
- Você pagou o estacionamento enquanto eu comprei a água de côco. Dei duas notas de R$ 2,00 para a moça e ela me devolveu em moeda que lhe entreguei.

- Fiquei brincando com a moeda e perguntei para a moça do côco se tinha sorvete por lá. Ela indicou o Bob's e eu não aprovei. Você viu a placa do sorvete artesanal e fui até lá. Usei essa moeda e o troco do estacionamento para pagar o sorvete. Então a carteira ficou no côco! Marido, eu quero encontrar o documento do carro. O resto nós providenciamos depois! Dinheiro se ganha outro!
- O cartão de crédito tem chip... será que estará na carteira. Já o bloqueei. Tomara que o banco o desbloqueie, senão, só depois do dia 5 de janeiro eu terei cartão, de novo!

- Não deu tempo para usar seu cartão. A minha compra foi às 22h23min como está aqui no boleto. O outlet fechou às 23h. Quem achou a carteira não teve tempo de pegar seu cartão e o vender para clonagem. Nós chegamos na portaria hoje nem eram 9 horas...

No outlet, antes de pararmos o carro vimos a carteira na mão do Marcelo.

- Dei uma volta pelo gramado e achei a carteira, mas, sinto muito, o dinheiro sumiu. Entregou-me a carteira limpinha, sem qualquer sinal de ter estado na grama e com os pertendes revirados.

Meu marido abriu o compartimento discreto onde costuma colocar dinheiro e encontrou todas as notas, direitinho como ele deixara. Conferiu os documentos e os cartões. Todos lá!!! Sorriu para o Marcelo e deixou um agrado para ele, mesmo sabedor da safadeza dele.
Já eram quase 15 horas quando paramos para almoçar e após, passamos num mercado e compramos vários panetones. Levamos todos eles para a Delecacia de Policia.
Os policiais ficaram pasmos com a nossa sorte e bati foto para registrar o momento histórico. Aceitaram os panetones e se divertiram com o bom humor do meu marido.

A sanha que se iniciara antes das 9h acabou após as 15 horas, na véspera do Natal. A história correu pelo hotel e muitos nos cumprimentaram pela sorte.
A partir desse dia a carteira dele anda na minha bolsa!
História verdadeira ocorrida em Florianópolis no 24 de dezembro de 2009.

Bjkª. Elza
segunda-feira, dezembro 14, 2009

PostHeaderIcon Base de sustentação

Alguém parou para reparar nas posturas que os pés das pessoas adquirem numa fila?
E com seus donos sentados no banco duro de algum órgão público?
Fazendo prova, sentado em cadeira de braço, incômoda ?
Como coloca os pés o violonista que está sem o banquinho típico?

Observo os pés dos outros por que tenho problemas com os meus. Doem, são muito finos e longos, tenho as articulações machucadas e os ligamentos alongados. Qualquer sapato é um transtorno para mim.

Observo como as pessoas colocam os seus pés, imaginando que não tenham problemas e que estão confortáveis dentro dos sapatos. Admiro as posições mais inusitadas que as pessoas conseguem criar.

Numa sapataria vi aquela mulher grávida, bem barriguda a experimentar sapatos que compraria para outra pessoa. Fiquei fascinada! Só não conversei com ela porque meu marido me impediu. Ainda me pergunto como é possível comprar sapatos para outro usar. Compro os meus e não consigo usar uma temporada inteira!!!

Observo os tênis e me encanto ao verificar que eles se ajustam nos pés que os portam. Os meus, para caberem no cumprimento ficam largos e, invariavelmnete, tem defeito no peito do pé, bem ali, na amarração.

E as sandálias de dedo, hoje chamadas rasteirinhas? Nossa, só de olhar para elas as bolhas aparecem na minha pele! Comprei 4 pares: um chinelinho de quarto, leve e macio que consigo usar; uma de borracha, Havaianas, dourada que me dá arrepios e uso por 200 metros, no máximo. Gastei meu rico dinheirinho numa linda, dourada, com strass e que enche a sola do meu pé de bolhas dolorosas. Finalmente, comprei uma bordada e que me permite algum uso, desde que não invente de passear no shopping!

Sou do tipo de arranco os sapatos na primeira oportunidade. Na faculdade eu os tirava e colocava os pés sobre uma folha de caderno por causa da sujeira do chão. Mais de uma vez tive esperar a aula acabar, subir numa carteira e me esticar todinha para retirar meu par de pisantes da parede, onde meus bem humorados colegas o haviam pendurado.

Perto do meu casamento eu fiquei preocupada, pois, embora fosse uma reunião pequena e no apartamento dos meus pais, eu não poderia tirar os sapatos. Pensei com meus botões e escolhi um sapato já bem pisado e que era tolerável para usar e, mesmo assim, quando os tirei tinha bolhas e caibras...

Por que estou falando sobre pés? Por falta de assunto, ora!

Bjkª. Elza
sábado, dezembro 12, 2009

PostHeaderIcon Amadurecimento

Conversa do meu marido com seu neto de 07 anos:

- Lorenzo, o que vc deseja nesse Natal? Escolha um presente para o vovô lhe dar.

- Vô, eu quero uma escrivanhinha para ter lugar para eu fazer minhas lições de escola.

Pelo que me conste ele está na primeira série de muuuuuuuuuuuuuuuitas.

Bjkª. Elza
quinta-feira, dezembro 10, 2009

PostHeaderIcon Selinho



"O selo premia blogs que, além da assiduidade das postagens e do esmero com que são feitos,nos provocam necessidade de refletir, questionar e aprender".
Ganhei da Ana e estou toda prosa.
Impossível destacar meus amigos e blogs especiais. Cada um tem sua importância para mim, mesmo aqueles que visito pouco e sou pouco ou nada visitada. Assim, todos aqueles linkados ali do lado, na minha modesta opinião, tem mérito para receber esse selinho.
Obrigada, Ana.
Bjkª. Elza
quarta-feira, dezembro 09, 2009

PostHeaderIcon Homenagem

Ele nasceu em março de 1.918 numa pequena cidade do interior de São Paulo. Segundo filho de familia híbrida, pois, ela era italiana e o marido brasileiro. Com 14 anos veio para a Capital estudar. Morou na casa da Dona Elfrida e tomava o bonde andando para econimozar vinténs importantes para se alimentar.
Aos 21 anos obteve o grau de bacharel em Direito e foi colega de turma e amigo de Janio Quadros e Theotonio Negrão, dentre outras ilustres figuras com quem dividiu os bancos das Arcadas.
Era pobre e não participou das Peruadas e nem do Penduras.
Por ordem do Secretário de Segurança Pública foi nomeado delegado de policia logo após sua formatura, assim como outros bacharéis, porque exerciam humilde cargo de escrevente na Secretaria.
Cumpriu com todos os seus deveres. Mudou de cidade diversas vezes e, na segunda para onde foi transferido conheceu aquela com quem se casou e teve 3 filhos.
Aposentou-se no tempo exato. Nem um dia a mais ficou na ativa, apesar de ainda ter cargos a alcançar por promoção.
Buscou advogar e conseguiu lugar num bom escritório. Realizou-se e tornou-se outro homem. Aos poucos, aquela doçura interior e a sensibilidade natural afloraram e a companhia dele tornou-se mais agradavel e leve. Passou a brincar mais, fazia trocadilhos e troçava das pessoas sem cerimônia. Gostava de cantar e tocar violão e queria que a atividade fosse em grupo. Pesquisava músicas antigas e encontrava letras e melodias raras nessa busca.
Não cria em Deus e nem em santos ou espíritos.
Era o agregador da familia, tanto com esposa e filhos como com a Mãe e irmãos. Era ele quem juntava todos a sua volta. Formou um grupo grande para jogar peteca no clube e todos se telefonavam para justificar eventual ausência.
Apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube deixou de ir ao campo para assistir aos jogos depois que brigou na rua como se moleque fosse e não autoridde policial.
Adoeceu e se despediu de nós em 9 de dezembro de 1.995.
Sempre foi meu incentivador. Confiava em mim. Era meu grande amigo. Trocavamos confidências. Eu sabia as senhas de suas contas bancárias, assim como ele sabia as minhas. Trabalhavamos juntos e eu morei em sua casa até julho de 1994.
Depois que se foi apareceu-me em sonho por 4 vezes, e em cada uma me deu um recado e contou-me como estava. Nessas ocasiões também apareceu em sonho para a viuva e a neta. Faz pouco tempo visitou-me e reconheci sua conversa, muito embora a voz fosse de outrem. Sorriu quando o reconheci e foi embora.
Recuso-me a levar flores para seu túmulo, embora pague a anuidade do cemitério e a empresa de jardinagem. Não mandei rezar missa e não sei se telefonarei para meus irmãos.
Penso nele todos os dias. Sinto sua falta em todos os momentos. Vivo estivesse jamais me deixaria cometer os erros que cometi e que me fizeram muito infeliz e me distanciaram da familia.
Pai, espero reencontrar você.
Beijos carinhosos. Elza Maria
domingo, dezembro 06, 2009

PostHeaderIcon Contrastes

- Quanta saudade! Faz mais de 4 anos que não nos vemos. Como vão seus bichos? Quantos são agora?

Na festa que fui ontem encontrei uma conhecida. Fazia uns 4 anos que não a cruzava com ela, pois, ela mudou-se para Belo Horizonte e eu fiquei em São Paulo. Naquela época ela mantinha 7 cachorros na casa, sendo 2 no interior e os outros 5 no quintal. Todos encontrados na rua. Todos com deficiências físicas e alguns bravos que precisavam permanecer isolados dos demais.

Além dos cães ela montou o gatil e acredito que fossem uns 6 gatos. Todos retirados das ruas, também.

Ela e o marido contaram a aventura que foi transportar toda essa bicharada de São Paulo para Belo Horizonte e muita risada nós demos naquele dia longinquo.

- Pudera, você nunca mais foi para Belo Horizonte! Nem para conhecer minha casa nova e já faz 2 anos que mudamos. Hoje eu tenho 14 cães e 4 gatos. Recebi um tão machucado, mas tão machucado que fiquei com dó de tratar dele. Seriam muitas cirurgias e muitos remédios e optei pelo sacrificio. Chorei muito, mas não deu para salvar.

Disse-me que pela primeira vez na vida ela comprou um cão, o 15º, que será entregue na semana vindoura. Comprou porque se apaixonou pelo maltês que viu num pet.

- O marido ainda não sabe dessa nova figura.

- Aqui em São Paulo você não poderia ter mais do que 10 animais, disse eu.

- Lá também não pode, mas não tem fiscalização e comprei o terreno ao lado apra ampliar o espaço deles. Além disso, fico distante do vizinho mais próximo, que tem muitos animais, também.

Hoje, ela gasta 300 quilos de ração por mês para alimentar os animais. Tem um banhador que vai na casa dela e lava todos os animais a cada 15 dias.

Disse-me que tudo o que ela ganha é gasto em favor dos bichos e assim está feliz.


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Hoje, fui à feira. Contrariando todos os meus princípios levei o Baltazar comigo, pois, compraria na primeira barraca e nem andaria pelo miolo daquele deliciosa confusão.

Claro que ele foi cheirar a sacola de uma mulher que estava do meu lado e eu o puxei e murmurei o tal " nãaaaaaaaaaaao".

A mulher ouviu, olhou bem para mim e falou para ele:

- Pode cheirar o quanto quiser. Pode lamber e pegar e fazer o que você quiser, bonitão.

Foi o quanto bastou para uma conversa de comadres, ou, como diz meu marido, para eu acender o cachimbo.

- Você gosta de bicho, mas nem todos gostam. Na vinda eu cruzei com uma senhora que ficou apavorada quando viu o Baltazar. Encostou-se na parece e me olhou em pânico. Segurei o menino e a fiz passar. Tive dó dela, pois, para ser tão apavorada deve ter enfrentado alguma situação dificil.

- Pois eu cruzei com uma vizinha no elevador quando estava com minha poodle e fiquei horrorizada. Ela viu minha pequena e gritou: eu podeio cachorro!!!

- Como é???

- Isso mesmo. Ela gritou e eu disse para ela que como eu já estava no elevador e como pago condominio igualzinho a ela, que esperasse eu descer e que fechasse a porta.

- Quer saber? Odeio bicho! Detesto gato e cachorro! Quando eu era menina eu matava esses bichos com minhas mãos!

- Então com mais razão não a quero no elevador comigo. Você feche essa porta e espere o elevador voltar, pois, estou em melhor companhia ao lado da minha cadela do que ao seu lado. Você é um perigo ambulante.

Chocada eu me despedi dessa mulher e vim para casa.

Bjkª. Elza

Thelma Louise

Thelma Louise
Minha gatinha querida

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Elza Maria sempre em busca de respostas. Paradoxal, curiosa, inteligente, crítica, observadora, sentimental, habilidosa, amorosa, sensível, disciplinada e um montão de outras coisas. Ser humano normal, comum, mediano, mas que gosta de escrever e está no quarto blog.

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