sábado, junho 26, 2010
ESPELHOS
sábado, junho 26, 2010 |
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Blog do Beagle |
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- Veja como ela me olhou. Estava me reprovando, criticando.
- Impressão sua. Ela não julgou você.
- Claro que sim! Ela pensa o quê? Não quis me contar os detalhes da festa que oferecerá para os executivos da empresa. Disse que nem sabia o cardápio porque contratou um buffe... Não revela o que está pensando.
- Deixe para lá. Não se esgote com isso. Pense comigo ...
- Tá certo que tomei um pilequinho e derrubei um pouco do meu drink sobre ela, mas ...
- Posso terminar? O pilequinho foi muito leve e engraçado. Você só dizia que adora dançar, bolas. Nem saiu da linha. Não passou mal, não tirou a roupa, não caiu...
- E por que ela me reprovava com tanta veemência? Nunca fui muito próxima dela e não conheço as reações. Parecia minha Mãe me dizendo que eu errara.
- Quieta! Ouça uma historieta: certa vez eu apresentei uma conhecida chamada Málice para uma amiga, chamada Cris. Comentei com Cris que eu implicava com Málice e me irritava com as atitudes dela e com as manifestações de dependência e carência afetiva. Cris me disse que eu implicava com aquilo que eu não conseguia expressar, pois, eu também era carente e me fiz forte para enfrentar o mundo e gostaria de ser dengosa como a outra. Cris me disse que, para minha formação, o dengo é sinal de feminilidade e que eu afogara esse dengo para sobreviver nesse mundão de meu Deus. Isso me serviu de lição e quando não consigo entender porque implico com alguém, olho para o espelho.
- Quer dizer que sou assim? Quer dizer que eu olho para as pessoas reprovando-as? Sou assim inquisitiva e fria?
- Eu não disse isso. Vc a viu assim, por que? O que a incomoda tanto?
- Sou dura demais comigo mesma e crítica em excesso.
- E ela? Como será que encarou o espelho? Viu uma mulher linda, livre, leve e solta, feliz e alegre no meio das amigas e paparicada pelo filhote. Será que ela não sentiu uma pontinha de ciumes ou de inveja por você ter tantas coisas que ela não tem?
- Como assim? Ela é milhonária e tem de tudo!
- Verdade? Então porque ela estava enrolada num agasalho absolutamente desnecessário? Por que apresentou-se despenteada, sem um pingo de maquiagem naquele rosto vincado? Ela está gordinha, pois, tomou cortisona demais e ainda não desinchou, tem dores pelo corpo em decorrência da artrite. Os filhos dela sairam de casa muito cedo e ela perdeu a motivação. Parou de trabalhar e fica tempo demais sozinha. Cuida da Mãe doente e muito velhinha.
- Você está inventando isso.
- Por que eu o faria? Pense na vida dela e a partir daí comece a ser mais generosa com vocês duas. Vc estava se reprovando e colocou o sentimento naquela que estava mais próxima, fisicamente, e talvez mais distante emocionalmente.
Minha amiga silenciou depois dessa última frase. Abraçou-me e deitou sua cabecinha tumultuada no meu colo e ficou quietinha alguns minutos. Foi embora e recebi um lindo arranjo de flores amarelas de presente. O cartão dizia: amarelo é a cor da amizade.
Bjs. Elza
- Impressão sua. Ela não julgou você.
- Claro que sim! Ela pensa o quê? Não quis me contar os detalhes da festa que oferecerá para os executivos da empresa. Disse que nem sabia o cardápio porque contratou um buffe... Não revela o que está pensando.
- Deixe para lá. Não se esgote com isso. Pense comigo ...
- Tá certo que tomei um pilequinho e derrubei um pouco do meu drink sobre ela, mas ...
- Posso terminar? O pilequinho foi muito leve e engraçado. Você só dizia que adora dançar, bolas. Nem saiu da linha. Não passou mal, não tirou a roupa, não caiu...
- E por que ela me reprovava com tanta veemência? Nunca fui muito próxima dela e não conheço as reações. Parecia minha Mãe me dizendo que eu errara.
- Quieta! Ouça uma historieta: certa vez eu apresentei uma conhecida chamada Málice para uma amiga, chamada Cris. Comentei com Cris que eu implicava com Málice e me irritava com as atitudes dela e com as manifestações de dependência e carência afetiva. Cris me disse que eu implicava com aquilo que eu não conseguia expressar, pois, eu também era carente e me fiz forte para enfrentar o mundo e gostaria de ser dengosa como a outra. Cris me disse que, para minha formação, o dengo é sinal de feminilidade e que eu afogara esse dengo para sobreviver nesse mundão de meu Deus. Isso me serviu de lição e quando não consigo entender porque implico com alguém, olho para o espelho.
- Quer dizer que sou assim? Quer dizer que eu olho para as pessoas reprovando-as? Sou assim inquisitiva e fria?
- Eu não disse isso. Vc a viu assim, por que? O que a incomoda tanto?
- Sou dura demais comigo mesma e crítica em excesso.
- E ela? Como será que encarou o espelho? Viu uma mulher linda, livre, leve e solta, feliz e alegre no meio das amigas e paparicada pelo filhote. Será que ela não sentiu uma pontinha de ciumes ou de inveja por você ter tantas coisas que ela não tem?
- Como assim? Ela é milhonária e tem de tudo!
- Verdade? Então porque ela estava enrolada num agasalho absolutamente desnecessário? Por que apresentou-se despenteada, sem um pingo de maquiagem naquele rosto vincado? Ela está gordinha, pois, tomou cortisona demais e ainda não desinchou, tem dores pelo corpo em decorrência da artrite. Os filhos dela sairam de casa muito cedo e ela perdeu a motivação. Parou de trabalhar e fica tempo demais sozinha. Cuida da Mãe doente e muito velhinha.
- Você está inventando isso.
- Por que eu o faria? Pense na vida dela e a partir daí comece a ser mais generosa com vocês duas. Vc estava se reprovando e colocou o sentimento naquela que estava mais próxima, fisicamente, e talvez mais distante emocionalmente.
Minha amiga silenciou depois dessa última frase. Abraçou-me e deitou sua cabecinha tumultuada no meu colo e ficou quietinha alguns minutos. Foi embora e recebi um lindo arranjo de flores amarelas de presente. O cartão dizia: amarelo é a cor da amizade.
Bjs. Elza
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Elza Maria sempre em busca de respostas. Paradoxal, curiosa, inteligente, crítica, observadora, sentimental, habilidosa, amorosa, sensível, disciplinada e um montão de outras coisas. Ser humano normal, comum, mediano, mas que gosta de escrever e está no quarto blog.
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7 comentários:
Eu sempre dou uma segunda chance, pois nem sempre encontramos as pessoas em um bom dia! Beijus,
Muitas vezes esquecemos que olhar nosso espelho interno...
bjs
Meire
Luma, atitude de pessoa madura e tranquila. Bjs. Elza
Meire, olhar no espelho não é fácil, não! Bjs. Elza
Não é fácil, não, Elzinha, mas é lá que encontramos nossas verdades.
Bjim, cosquirídia.
Elzinha!
Me senti ganhando flores amarelas, de você.
Sempre aprendo alguma coisa, quando venho aqui.
Obrigada!
Elza:
Bom dia!
Coistumo dizer que sempre ou a maioria das vezes, colocamoa a culpa no outro.
Mas é bom dar mais oportunidade, ninguém é perfeito. Certo?
Adorei o tamanho da letra d seu blog.
Muitt bomm de ler.
Ah, hoje é dia de torcer para o Brasil!
Beijjos.
Anny.
Uma nova chance nao custa nada.
Continuo de ferias. Viajaremos amanha outra vez. Passei pra deixar um abracao.
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