quarta-feira, junho 24, 2009
Coisas da vida
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Iraque, 1987.
Em meio a todos os problemas políticos e guerra civil muitos brasileiros foram para lá a trabalho. Desde engenheiros, mecânicos, operários de vários níveis e especialidades até mulheres que faziam serviços burocráticos no escritorio.
Com o término das obras todos foram repatriados e cada um seguiu seu rumo e sua vida.
São Paulo, 1992
Festa linda. Pais e amigos felizes com a união do casal. O padre compareceu ao jantar e mais uma vez abençoou os dois pombinhos que partiram apra a Europa em lua de mel.
São Paulo, 1995
Nasce Juliana. Linda, gordinha, inteira e sem problemas.
São Paulo, 1997
Nasce Tatiana. Magrinha, saudável e feliz.
São Paulo, 1999
- Mãe, como é meu Pai?
- Educado, gentil, muito inteligente. Administrador de empresas.
- Onde está meu Pai?
- Deixe esse assunto de lado e vamos viver nossa vida.
- Mãe, porque vc não casou? Eu sei que vc não é viuva de guerra coisa nenhuma.
São Paulo, 2005
- Mãe, eu quero saber quem é meu Pai. Quero conhece-lo.
- Filho, ele nem sabe de sua existência.
- Então está na hora de saber. Preciso saber se sou parecido com ele, se tenho afinidade com ele. Mãe, ele é meu Pai. Você conhce o seu. Meus amigos conhecem seus Pais.
- Vou pensar no assunto e pare de me esquentar a cabeça.
Depois dessa conversa ela resolveu descobrir onde estava o Pai do seu filho. Procurou os antigos companheiros de Iraque para saber noticias e descobrir o paradeiro dele e não conseguiu informações. Pensou em contratar aquele detetive particular que anuncia no mural do prédio, mas desistiu. A fofoca rolaria solta pois, ela contava que era viúva de guerra para quem quisesse ouvir.
O tempo foi passando e o filho esqueceu o assunto. Ela calou-se e continuou sua vidinha.
São Paulo, 2007
- Mãe, você já pensou muito. Eu quero o nome do meu Pai. Eu vou procurá-lo.
- Vai dizer o que, menino?
- Isso eu vejo na hora.
A pressão foi tão forte que ela decidiu-se e ofereceu o nome do Pai ao menino e disse que não sabia como encontrá-lo.
- Isso é o de menos. Quer ver?
Ele entrou num site de busca e colocou o nome do Pai e muitos links apareceram. O jovem descobriu que ele é Diretor de uma imensa empresa brasileira que presta serviços no mundo inteiro. Obteve o telefone e ligou.
- O Senhor não me conhece, mas eu preciso lhe perguntar se estava no Iraque em 1989.
- Estava, sim. Saí com a primeira leva de empregados repatriados com o término da obra.
- Conheceu uma mulher chamada Marilice?
- Sim, tenho lembrança dela. Eu vim para o Brasil e nunca mais vi essa moça.
- O Senhor foi namorado dela?
- Pode-se dizer que sim. Por que você me pergunta essa coisas do passado?
- Eu sou seu filho. Nasci em 1990 e minha Mãe não lhe contou da gravidez. Quando ela soube que estava grávida o Senhor já havia partido e ela não teve iniciativa de lhe dizer.
Ele contou para a esposa o que acabara de ouvir. Tomou-a pela mão e foram à casa de Marilice. Conferiram os dados e tudo combinava. O jovem tinha todas as chances de ser seu filho, de fato.
- Façamos o seguinte, vamos colher sangue e testar o DNA apenas para confirmar nossa ligação.
Pronto o exame, o rapaz foi reconhecido como filho e hoje, ostenta, todo orgulhoso, o nome do Pai, que, passou a lhe dar assistência financeira e educacional. O jovem passa dois dias por semana na casa do Pai e foi completamente aceito pelas meias irmãs e pela madrasta. Com o amparo do Pai prestou vestibular e já está cursando a universidade.
Fim de caso, por enquanto.
A historia é real. As datas não. O nome da Mãe é minha criação.
Quer conhecer um blog novo e bem escrito? CLIKE AQUI
Bjkª. Elza
Em meio a todos os problemas políticos e guerra civil muitos brasileiros foram para lá a trabalho. Desde engenheiros, mecânicos, operários de vários níveis e especialidades até mulheres que faziam serviços burocráticos no escritorio.
Com o término das obras todos foram repatriados e cada um seguiu seu rumo e sua vida.
São Paulo, 1992
Festa linda. Pais e amigos felizes com a união do casal. O padre compareceu ao jantar e mais uma vez abençoou os dois pombinhos que partiram apra a Europa em lua de mel.
São Paulo, 1995
Nasce Juliana. Linda, gordinha, inteira e sem problemas.
São Paulo, 1997
Nasce Tatiana. Magrinha, saudável e feliz.
São Paulo, 1999
- Mãe, como é meu Pai?
- Educado, gentil, muito inteligente. Administrador de empresas.
- Onde está meu Pai?
- Deixe esse assunto de lado e vamos viver nossa vida.
- Mãe, porque vc não casou? Eu sei que vc não é viuva de guerra coisa nenhuma.
São Paulo, 2005
- Mãe, eu quero saber quem é meu Pai. Quero conhece-lo.
- Filho, ele nem sabe de sua existência.
- Então está na hora de saber. Preciso saber se sou parecido com ele, se tenho afinidade com ele. Mãe, ele é meu Pai. Você conhce o seu. Meus amigos conhecem seus Pais.
- Vou pensar no assunto e pare de me esquentar a cabeça.
Depois dessa conversa ela resolveu descobrir onde estava o Pai do seu filho. Procurou os antigos companheiros de Iraque para saber noticias e descobrir o paradeiro dele e não conseguiu informações. Pensou em contratar aquele detetive particular que anuncia no mural do prédio, mas desistiu. A fofoca rolaria solta pois, ela contava que era viúva de guerra para quem quisesse ouvir.
O tempo foi passando e o filho esqueceu o assunto. Ela calou-se e continuou sua vidinha.
São Paulo, 2007
- Mãe, você já pensou muito. Eu quero o nome do meu Pai. Eu vou procurá-lo.
- Vai dizer o que, menino?
- Isso eu vejo na hora.
A pressão foi tão forte que ela decidiu-se e ofereceu o nome do Pai ao menino e disse que não sabia como encontrá-lo.
- Isso é o de menos. Quer ver?
Ele entrou num site de busca e colocou o nome do Pai e muitos links apareceram. O jovem descobriu que ele é Diretor de uma imensa empresa brasileira que presta serviços no mundo inteiro. Obteve o telefone e ligou.
- O Senhor não me conhece, mas eu preciso lhe perguntar se estava no Iraque em 1989.
- Estava, sim. Saí com a primeira leva de empregados repatriados com o término da obra.
- Conheceu uma mulher chamada Marilice?
- Sim, tenho lembrança dela. Eu vim para o Brasil e nunca mais vi essa moça.
- O Senhor foi namorado dela?
- Pode-se dizer que sim. Por que você me pergunta essa coisas do passado?
- Eu sou seu filho. Nasci em 1990 e minha Mãe não lhe contou da gravidez. Quando ela soube que estava grávida o Senhor já havia partido e ela não teve iniciativa de lhe dizer.
Ele contou para a esposa o que acabara de ouvir. Tomou-a pela mão e foram à casa de Marilice. Conferiram os dados e tudo combinava. O jovem tinha todas as chances de ser seu filho, de fato.
- Façamos o seguinte, vamos colher sangue e testar o DNA apenas para confirmar nossa ligação.
Pronto o exame, o rapaz foi reconhecido como filho e hoje, ostenta, todo orgulhoso, o nome do Pai, que, passou a lhe dar assistência financeira e educacional. O jovem passa dois dias por semana na casa do Pai e foi completamente aceito pelas meias irmãs e pela madrasta. Com o amparo do Pai prestou vestibular e já está cursando a universidade.
Fim de caso, por enquanto.
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Elza Maria sempre em busca de respostas. Paradoxal, curiosa, inteligente, crítica, observadora, sentimental, habilidosa, amorosa, sensível, disciplinada e um montão de outras coisas. Ser humano normal, comum, mediano, mas que gosta de escrever e está no quarto blog.
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7 comentários:
Que história!
Ainda bem que o menino foi persistente, achou o pai e foi bem aceito.
Bjim.
se tem uma coisa que eu não entendo é isso de nao querer que o filho conheça o pai ou a mãe, qdo for o caso, que direito a outra pessoa tem de tirar o DIREITO de alguém, pra mim tem um nome simples e curto: EGOÍSMO.
Rosamaria, eu conheço alguns personagens dessa linda história. Gente boa demais! Bjkª. Elza
Felina, será que foi egoísmo? Pode ter sido ignorância, medo, vergonha ... Quem sabe o que passou pela cabecinha dela ao ver-se grávida e no Iraque? Bjkª. Elza
História linda,Elza.
Elza não me referi especificamente ao caso dela, falei mais no geral, porque sempre vejo isso, pais se vingando do outro no pobre do filho, tirando o direito da criança em conviver com quem lhe é de fundamental importância na vida.
Que história Elza!
E que bom que teve um final feliz!
Beijos,
Nunci, o Pai está tão orgulhoso do filhote recem encontrado que é uma delicia ve-los juntos. Bjkª. Elza
Felina, entendi, agora. Bjkª. Elza
Sonia, final prá lá de feliz. Imagine que até as meio-irmãs aceitaram o garoto. Bjkª. Elza
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