quarta-feira, dezembro 09, 2009

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Ele nasceu em março de 1.918 numa pequena cidade do interior de São Paulo. Segundo filho de familia híbrida, pois, ela era italiana e o marido brasileiro. Com 14 anos veio para a Capital estudar. Morou na casa da Dona Elfrida e tomava o bonde andando para econimozar vinténs importantes para se alimentar.
Aos 21 anos obteve o grau de bacharel em Direito e foi colega de turma e amigo de Janio Quadros e Theotonio Negrão, dentre outras ilustres figuras com quem dividiu os bancos das Arcadas.
Era pobre e não participou das Peruadas e nem do Penduras.
Por ordem do Secretário de Segurança Pública foi nomeado delegado de policia logo após sua formatura, assim como outros bacharéis, porque exerciam humilde cargo de escrevente na Secretaria.
Cumpriu com todos os seus deveres. Mudou de cidade diversas vezes e, na segunda para onde foi transferido conheceu aquela com quem se casou e teve 3 filhos.
Aposentou-se no tempo exato. Nem um dia a mais ficou na ativa, apesar de ainda ter cargos a alcançar por promoção.
Buscou advogar e conseguiu lugar num bom escritório. Realizou-se e tornou-se outro homem. Aos poucos, aquela doçura interior e a sensibilidade natural afloraram e a companhia dele tornou-se mais agradavel e leve. Passou a brincar mais, fazia trocadilhos e troçava das pessoas sem cerimônia. Gostava de cantar e tocar violão e queria que a atividade fosse em grupo. Pesquisava músicas antigas e encontrava letras e melodias raras nessa busca.
Não cria em Deus e nem em santos ou espíritos.
Era o agregador da familia, tanto com esposa e filhos como com a Mãe e irmãos. Era ele quem juntava todos a sua volta. Formou um grupo grande para jogar peteca no clube e todos se telefonavam para justificar eventual ausência.
Apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube deixou de ir ao campo para assistir aos jogos depois que brigou na rua como se moleque fosse e não autoridde policial.
Adoeceu e se despediu de nós em 9 de dezembro de 1.995.
Sempre foi meu incentivador. Confiava em mim. Era meu grande amigo. Trocavamos confidências. Eu sabia as senhas de suas contas bancárias, assim como ele sabia as minhas. Trabalhavamos juntos e eu morei em sua casa até julho de 1994.
Depois que se foi apareceu-me em sonho por 4 vezes, e em cada uma me deu um recado e contou-me como estava. Nessas ocasiões também apareceu em sonho para a viuva e a neta. Faz pouco tempo visitou-me e reconheci sua conversa, muito embora a voz fosse de outrem. Sorriu quando o reconheci e foi embora.
Recuso-me a levar flores para seu túmulo, embora pague a anuidade do cemitério e a empresa de jardinagem. Não mandei rezar missa e não sei se telefonarei para meus irmãos.
Penso nele todos os dias. Sinto sua falta em todos os momentos. Vivo estivesse jamais me deixaria cometer os erros que cometi e que me fizeram muito infeliz e me distanciaram da familia.
Pai, espero reencontrar você.
Beijos carinhosos. Elza Maria

3 comentários:

Ana disse...

Elzinha Querida
Vc me emocionou de um jeito que não sei o que dizer...
Recebe só um abraço carinhoso de quem te admira muito e, agora, ainda mais.

EDUARDO OLIVEIRA FREIRE disse...

Linda crônica.

Anunciação disse...

Que lindo,Elza.Um abraço.

Thelma Louise

Thelma Louise
Minha gatinha querida

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Elza Maria sempre em busca de respostas. Paradoxal, curiosa, inteligente, crítica, observadora, sentimental, habilidosa, amorosa, sensível, disciplinada e um montão de outras coisas. Ser humano normal, comum, mediano, mas que gosta de escrever e está no quarto blog.

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