sexta-feira, fevereiro 05, 2010
Maria Clara
sexta-feira, fevereiro 05, 2010 |
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Blog do Beagle |
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imagem retirada da net
aos 2 anos de idade, linda como seu nominho e sempre alegre acordou por volta das 20h emburrada e choramingando. Vomitou.
A mãe deu-lhe banho morno, trocou as roupas, hidratou-a. Acarinhou e acabou por acomodar a menina no berço. Ela voltou a dormir.
Acordou por volta das 22 horas e vomitou de novo.
Os pais correram com ela para o hospital, onde foi medicada, mas a pediatra entendeu por segurá-la internada e a colocou no soro.
Algum longo tempo depois, vem a médica:
- Pais, a situação da Maria Clara está complicada e vou interná-la na UTI. Ela desmaiou duas vezes e está com os lábios brancos, respiração dificil.
O familia inteira foi acionada. Os avós da Maria Clara foram os primeiros a chegar e aos pouco os tios e primos se amontoaram no saguão do hospital na expectativa de boas noticias daquela princesinha, filha de pais maduros e sem chance de conceberem outro rebento.
- Não tem vaga na UTI para uma garotinha de 2 anos, Doutora. Vou ter que improvisar, disse o socorrista de plantão, que, também é sócio do hospital. O que houve com ela?
Após as rápidas explicações, e de imediato, ele organizou uma UTI para a pequena. Quando soube que ela recebera duas bolsas de soro na emergência, tratou de fazer a medição da glicemia dela.
- Doutora, quem aplicou soro glicosado nesse bebê? A glicemia está em 900 e ela corre risco de vida! Soro nela para diluir essa gosma. Ela precisa urinar muito! Fique aqui, ao lado desse berço e não toque nela. Chame por mim se ela se movimentar! Vou falar com a familia.
Duas horas depois, compareceu o socorrista perante a familia pela segunda vez:
- Pais, a glicose já baixou pelo menos 30% e ela está respondendo bem ao tratamento. Os lábios tomaram cor e ela está tranquila. Vai dar certo, fiquem tranquilos.
Passadas mais algumas horas, chegou o socorrista, de novo:
- Pais, Maria Clara está bem. Dorme tranquila e ainda está no soro, mas a glicose está em niveis quase normais.
Os familiares começaram a se retirar, afora os avós, que não conseguiram deixar suas crias sem apoio.
Por volta das 15 horas Maria Clara foi liberada do hospital nos braços de sua Mãe que, envelheceu muitos anos por conta da incompetência de alguém.
- Pai, sou sócio desse hospital e já abri sindicância para apurar responsabilidades. Ou a enfermeira tomou os sacos de soro glicosado por engano ou a médica os receitou ... Caso o Senhor queira tomar qualquer medida não posso impedi-lo, mas saiba que esse erro não ficará impune. Já suspendi as duas envolvidas no caso e ficarão sem trabalhar até o encerramento da sindicância.
No caminho para casa decidiram que o caso estava encerrado.
Maria Clara está bem e não lhe restou sequela. Está alegre e brincando pela casa. Nem parece que quase se despediu de nós.
Os Pais e avós estão bem, mas cheios de sequelas e apreensões.
Disse o pai de Maria Clara que não pretende tomar qualquer atitude contra a médica, enfermeira ou hospital porque no final Maria Clara está bem e tudo se resolveu. Nem o CRM será acionado e nem Boletim de Ocorrência lavrado. Nada, como se o fato não tivesse ocorrido.
Depois de tudo o que viveu o pai, apoiado pela esposa e pelos pais, toma a mais brasileira das atitudes: deixa estar para ver como fica, sem se preocupar com os filhos alheios que podem passar pelos mesmos problemas; sem se preocupar com a qualidade do serviço prestado por hospital particular que cobra do convênio, inclusive, as bolsas de soro glicosado!
Trata-se de história real vivida por amigos nossos que residem em Belo Horizonte, nesse ultimo final de semana. Não posso citar nem o nome do hospital porque eles não me autorizaram.
A bebê é Maria Clara, sim.
Bjkª. Elza
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Elza Maria sempre em busca de respostas. Paradoxal, curiosa, inteligente, crítica, observadora, sentimental, habilidosa, amorosa, sensível, disciplinada e um montão de outras coisas. Ser humano normal, comum, mediano, mas que gosta de escrever e está no quarto blog.
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7 comentários:
Bah, Elzinha, logo pensei na minha Clarinha e fiquei imaginando o sofrimento desses pais e avós. Tu tens razão, se não reclamarem pode acontecer com outras crianças.
É o meu caso, mas o marido ainda não deu jeito de fazer alguma coisa e eu dependo dele pra quase tudo atualmente.
Bjim.
Os incompetentes continuarão clinicando, pondo em risco, a saúde dos outros que virão
Bom fim de semana Elza
bj
Rosa, essa passividade do brasileiro me põe doente, sabia? Bj. Elza
Milton, pais que não denunciam me irritam. Bj. Elza
Que susto enorme. felizmente ela está bem. E infelizmente, erros como esse não são incomuns. Um abraço!
Nanda, infelizmente, pais omissos são comuns, também. Bj. Elza
Vc tem razão, claro!
Tomar uma atitude é evitar que este estado de coisas se perpetue.
Beijo, Elzinha!
Oi Elza, que historia mais triste. Olha que eu so é muito brigona, se uma coisa dessas (ou até menor) acontece com a Bebedocinha eu vou atras até do sindico.
Mas no caso do cabo da geladeira o homem disse que vai pagar, antes de dizermos qq coisa ele anotou as coordenadas da geladeira e volta semana que vem!
Bjssss
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