sábado, novembro 29, 2008
Outras emoções
sábado, novembro 29, 2008 |
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Blog do Beagle |
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Por qualquer razão que desconheço o passado está voltando para o presente.
Reencontro com minhas amigas de infância parecia-me o ápice da recuperação de sentimentos e pensamentos, mas me enganei.
As recordações foram aflorando com o passar dos dias e outras pessoas do passado foram visitadas por meio das páginas do Orkut e nem sempre com retorno. Apesar disso, as fotos antigas foram retiradas dos baus e as imagens da adolescência resgatadas. Os sons de Neil Sedaka, Pat Boone, The Beatles e outros começaram a aparecer e muita risada despertou. Puro saudosismo.
O som do sino sempre nos acompanhou. Nós falávamos no sino da escola, tocado pelo Seu Marino a cada término e começo de aula dia após dia. Quando outra pessoa o tocava nós sabíamos a diferença. Sabíamos quando era o Mariano porque ele dava uma badalada a mais no final. De vez em quando um aluno não resistia à tentação e dava sua badalada naquele que deveria ser respeitado por nós. Ele, o sino, era do Seu Marino, o chefe da portaria da escola. Era único. Todas as escolas usam campainhas para separar as aulas. Lá, tinhamos o sino.
Meu irmão ouvia o sino das 7:45h e saía de casa correndo para entrar em aula às 7:50h, porque morávamos ao lado da escola. Entre cada aula duas badaladas com diferença de menos de 5 minutos. Ele marcava o final da jornada.
Era ele quem anunciava as provas, as horas vagas, as aulas de ginástica com Dona Ana; as aulas de canto como Maestro Callia e por aí afora. Ele quem silenciou quando nosso Diretor morreu.
O colégio busca seus ex-alunos porque completará 100 anos em 2011 e nos quer por perto. Juntamente com a associação dos ex-alunos promoveu confraternização por meio de churrasco, hoje.
Mesmo após minha saída dessa escola, pelo menos de 2 em 2 anos lá eu volto, para votar. Não ando por lá. Não visito classes e vejo aquele espaço desfigurado pela presença de estranhos andando pelos corredores, atravez das janelas.
Hoje, depois de 40 anos eu entrei naquele espaço como ex-aluna. Andei pelos corredores ainda iguais, limpos, espaçosos e tão familiares; desci aqueles degraus pequenos e baixinhos que levam ao pateo, enorme e belo. Mais belo porque foi criado lá no meio um canteiro com árvores e flores. Corri os olhos por todas as janelas como se conversasse com elas e me senti adolescente outra vez. O sino não estava lá. Talvez tenha sido retirado para evitar-se brincadeiras com ele, não sei.
Alguém teve o cuidado de gravar as badaladas do Seu Marino e soltou a gravação de surpresa, sem aviso e sem piedade.
Chorei de emoção naquela hora como estou chorando agora. Nunca pensara que aquele som pudesse despertar emoções tão fundas e belas.
Para completar, veio o Hino da escola. Já não sei a letra inteira, mas alguns pedaços eu cantei. Chorei, de novo.
Bjkª. Elza
Reencontro com minhas amigas de infância parecia-me o ápice da recuperação de sentimentos e pensamentos, mas me enganei.
As recordações foram aflorando com o passar dos dias e outras pessoas do passado foram visitadas por meio das páginas do Orkut e nem sempre com retorno. Apesar disso, as fotos antigas foram retiradas dos baus e as imagens da adolescência resgatadas. Os sons de Neil Sedaka, Pat Boone, The Beatles e outros começaram a aparecer e muita risada despertou. Puro saudosismo.
O som do sino sempre nos acompanhou. Nós falávamos no sino da escola, tocado pelo Seu Marino a cada término e começo de aula dia após dia. Quando outra pessoa o tocava nós sabíamos a diferença. Sabíamos quando era o Mariano porque ele dava uma badalada a mais no final. De vez em quando um aluno não resistia à tentação e dava sua badalada naquele que deveria ser respeitado por nós. Ele, o sino, era do Seu Marino, o chefe da portaria da escola. Era único. Todas as escolas usam campainhas para separar as aulas. Lá, tinhamos o sino.
Meu irmão ouvia o sino das 7:45h e saía de casa correndo para entrar em aula às 7:50h, porque morávamos ao lado da escola. Entre cada aula duas badaladas com diferença de menos de 5 minutos. Ele marcava o final da jornada.
Era ele quem anunciava as provas, as horas vagas, as aulas de ginástica com Dona Ana; as aulas de canto como Maestro Callia e por aí afora. Ele quem silenciou quando nosso Diretor morreu.
O colégio busca seus ex-alunos porque completará 100 anos em 2011 e nos quer por perto. Juntamente com a associação dos ex-alunos promoveu confraternização por meio de churrasco, hoje.
Mesmo após minha saída dessa escola, pelo menos de 2 em 2 anos lá eu volto, para votar. Não ando por lá. Não visito classes e vejo aquele espaço desfigurado pela presença de estranhos andando pelos corredores, atravez das janelas.
Hoje, depois de 40 anos eu entrei naquele espaço como ex-aluna. Andei pelos corredores ainda iguais, limpos, espaçosos e tão familiares; desci aqueles degraus pequenos e baixinhos que levam ao pateo, enorme e belo. Mais belo porque foi criado lá no meio um canteiro com árvores e flores. Corri os olhos por todas as janelas como se conversasse com elas e me senti adolescente outra vez. O sino não estava lá. Talvez tenha sido retirado para evitar-se brincadeiras com ele, não sei.
Alguém teve o cuidado de gravar as badaladas do Seu Marino e soltou a gravação de surpresa, sem aviso e sem piedade.
Chorei de emoção naquela hora como estou chorando agora. Nunca pensara que aquele som pudesse despertar emoções tão fundas e belas.
Para completar, veio o Hino da escola. Já não sei a letra inteira, mas alguns pedaços eu cantei. Chorei, de novo.
Bjkª. Elza
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Elza Maria sempre em busca de respostas. Paradoxal, curiosa, inteligente, crítica, observadora, sentimental, habilidosa, amorosa, sensível, disciplinada e um montão de outras coisas. Ser humano normal, comum, mediano, mas que gosta de escrever e está no quarto blog.
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17 comentários:
Entendo sua emocao Elzinha. Poder revicer um tempo bom, é sempre motivo de lembrancas, emocoes e choro tambem.
Tenha uma boa semana. Bj
Elza! Quantas lembranças boas.
Muito bom lembrar e dar risadas com elas. Fazem bem ao coração.
Adorei suas recordações.
Beijos.
tb me emocionei Elza, lembrei de minha escola, tão distante agora, no tempo e geograficamente, boas lembranças.
Elza,
Seu relato é emocionante. Gostaria de ter recordações assim, mas não as tenho. Qual será o motivo?
Abraços,
Odette.
Célia, obrigada pela visita. Adorei! De fato, foi um privilégio estar dentro da escola, com duas amigas, como três adolescentes, depois de tantos anos. Bjkª. Elza
Anny, nós estávamos tão adolescentes que fomos para o corredor do primeiro andar, abrimos o janelão e ficamos lá conversando e tirando fotos pelo celular. Nossa "farra" chamou atenção de umas "jovens" ex-alunas que vieram nos imitar. Disseram estar encantadas com nossa alegria e descontração. Bom demais!!! Bjkª. Elza
Fenia, fiquei tão agitada com a vivência que tive dificuldade para dormir, acredite se quiser. Foi lindo! Bjkª. Elza
Odete, o tempo se encarregou de desfazer as lembranças amargas que eu tinha da escola. O tempo suavisou as cores e as lembranças se tornaram doces. Bjkª. Elza
Elza,
Vou usar esse espaço, para comentar seu comentário em -Evolução do ensino.
Você tem razão quanto ao mundo atual tão cheio de hi-tech a despertar atenção. Entretanto essa hi-tech tem que ser utilizada no ensino, pois, afinal, todos têm que começar aprendendo a ler.
Bjs.
Odette.
Elzinha,
Aquele sino certamente representa uma infância feliz, e como uma música, ele ecoou essas lembranças gostosas que não têm preço.
Beijos no coração,
Elza,
Vim aqui para visitá-la e deixar-lhe o meu abraço.
Eurico de Andrade
http://tabui.blogspot.com/
Sino, lembro da fazenda - Do sino que ficava na capela e quando havia missa o padre badalava.
Elza, imagino que você viveu a sua época de escola na mesma cidade sempre!! Isto traz muito o que lembrar e pessoas a se apegar; amigos, professores, trabalhadores da escola...eu tenho poucas lembranças. Que as lembranças sempre lhe traga motivos para se emocionar de alegria!!
Boa semana! Beijus
Que coisa boa...
Vc descreveu tão bem, impossível não te acompanhar neste passeio...
Bonito demais!
Odette, repensar e não extinguir, por óbvio. Bjkª. Elza
Sonia, adolescente é sempre contestador e infeliz kakakakaka ainda bem que os anos suavisam tudo. Bjkª. Elza
Eurico, obrigada pela visita. Venha quando quiser. Elza
luma, lembar significa que já vivemos, né? Coisas boas e coisas ruins, certo? Ficar com as boas lembranças é saudavel, não é? Bjkª. Elza
Ana, voltou de viagem? Obrigada pela visita. Bjkª. Elza
Hei Elzinha! quantas emoções...
Mergulhar no passado, de forma tão delicada e doce é um refúgio celestial...
Barbara, emoções que me deixaram mais adolescente, se é que isso é possível! Bjkª. Elza
Rouxinol de Bernardim, obrigada pela visita. Suas palavras me encantaram. Volte quando quiser. Elza
Oi Elza.
Eu também só volto na minha primeira escola só para votar. É tão estranho ...
Eu ainda voto em uma classe em que eu estudei.
Bjs.
Elvira
Já passei por emoção parecida ao visitar meu colégio de infância e adolescência;foi bom,doce e doído ao mesmo tempo.Engraçado,no meu tempo tinha um sino,mas desses de mão e às vezes a irmã deixava a gente tocar no fim do recreio.Beijos.
Elvira, quando comecei a votar na escola foi muito estranho, mas, acostumei. Bjkª. Elza
Anunciação, Bom ver vc por aqui, minha linda. Bjkª. Elza
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