quinta-feira, novembro 30, 2006

PostHeaderIcon O chá

Somando as idades, deu quase 600 anos.
A mais nova já chegou aos 72 e a mais velha, aos 96.
Todas inteiras, lúcidas, alegres, elegantes e muito animadas.
Vizinhas durante mais de 40 anos, estão separadas de uma delas, que precisou mudar-se para um apartamento sem degraus e, sem escadas e sem obstáculos, por causa dos imensos problemas físicos adquiridos ao longo da vida: escoliose, lordose, artrite, artrose e por aí afora.
Deixou a casa espaçosa, de dois andares, num bairro tranquilo. Para minha sorte, veio morar aqui, no meu prédio, com a filha que é a minha amiga cachorreira.
Pelo fato de ficar longe das amigas, resolveu oferecer um chá para elas. As cachorras foram levadas para um pet, com a desculpa de serem banhadas. Os passarinhos comportaram-se muito bem. A calopsita gritou um pouco, mas acomodou-se.
Elas chegaram juntas, conduzidas pela menina de 72 anos. Guardaram o carro na garagem, numa inédita e especial deferência do Síndico. Pareciam 6 passarinhos arrulhando, rindo e falando de coisas do presente e do passado. De todas, apenas 2 estão casadas. As demais já cumpriram a sina de enterrar os aompanheiros que, não conheceram muitos dos netos e, certamente, os bisnetos.
Tive a honra e o prazer de conhece-las. Quando cheguei, elas me enturmaram e me contaram coisas e mais coisas. Fiquei constrangida por tirar-lhes a liberdade e me senti intrusa daquela intimidade construida pelo tempo. Todavia, alguém precisava supervisionar os acontecimentos e me dispus a exercer esse papel, já que minha amiga estava cheia dos compromissos profissionais. Acho que salvei a vida de uma, que, por inocência, sentara-se no meio da correnteza de ventos. Fechei a janela e creio que ela não terá uma pneumonia.
Fui lá xeretar e verificar se tudo corria nos moldes e saí o mais depressa que consegui.
Essas amigas ficaram juntas por mais de 2 horas. Saíram-se muito bem, sem mim, como pude verificar após o término desse encontro, por que minha amiga me chamou para lhe devolver as cachorras.
Elas conversaram, riram e falaram de assuntos que só a elas interessam e a Mãe da minha amiga cachorreira parecia um passarinho por poder recebe-las. Ela estava no seu ambiente, cercada de pessoas que são mais próximas e íntimas que muitos parentes de sangue. Trocou a companhia da televisão e dos jogos eletrônicos pelas pessoas com quem trocou vivências por muitos anos. Claro que esteve feliz, descontraída e, tranquila.
Tanto que está armando reuniões mensais, cada vez na casa de uma...

Bjkª da Elza

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Thelma Louise

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Elza Maria sempre em busca de respostas. Paradoxal, curiosa, inteligente, crítica, observadora, sentimental, habilidosa, amorosa, sensível, disciplinada e um montão de outras coisas. Ser humano normal, comum, mediano, mas que gosta de escrever e está no quarto blog.

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