segunda-feira, dezembro 31, 2007

PostHeaderIcon Vivendo e aprendendo

Certa noite a médica de plantão recebe menino desacordado para tratar. Contou o pai, bombeiro, que o garoto caira de altura de uns 6 metros.

A roupa dele não apresentava nenhum sinal de ter sido raspado em qualquer local. Ele não tinha escoriações, hematomas e ferimentos na pele. Ao mover o jovem e lhe aplicar testes específicos, ele reclamou de dor e exalou cheiro de álcool.

Antes de perder os sentidos, de novo, falou com a médica e confessou que bebera pinga.

Ela questionou o pai do menino a respeito de drogas e de bebidas e ele, mais do que depressa, disse:
- Olha lá, Drª. Cuidado com as acusações por que eu sou Policial Militar e posso ficar bravo!!! Na minha casa não tem alcool e nem droga, não senhora. Nós somos evangélicos. O menino caiu da laje.
- Pai, estou perguntando. Sinta o cheiro de álcool na pele dele.
- Tá cheirando a álcool porque vocês passaram nele.

O problema está criado.

O menino entra em coma e necessita ser transferido para uma UTI. Para solicitar vaga a médica precisa passar fax com o possível diagnóstico e contar que talvez ele não tenha caído da laje e, sim, que há suspeita de uso de drogas e álcool.

Todavia, ela tem medo de constar do seu relatório as drogas e bebida pois, o pai nega o consumo e não existem exames laboratoriais para garanti-la.

Troca idéias com a outra médica plantonista e ouve:

- Quer saber ... eu quero ser feliz e não ter rugas de preocupação no rosto. O pai disse que ele caiu, então ele caiu. Vamos remove-lo para UTI e fim de problema. O povo lá da UTI que se vire.

Essa conselheira elabora relatório, transmite por fax para o outro hospital e o menino é transferido.

No dia imediato, a médica responsável pelo atendimento liga para a UTI para saber do menino e lhe é informado que finda a ressaca ela fora liberado, tendo saido do hospital andando por seus próprios pés. Todavia, esse hospital não abrirá mais vagas para aquele pronto socorro pois, nem elaborar relatório decente os médicos de lá sabiam. Haveria denuncia ao CRM por conta do ocorrido e os médicos seriam investigados.

Conduta correta que deveria ter sido adotada: A médica deveria ter determinado a lavratura de boletim de ocorrência e chamado o Conselho Tutelar. Deveria ter colhido amostras de sangue para exames laboratoriais e elaborado relatório circunstanciado, com todos os detalhes do ocorrido e dos motivos da suspeita de uso de álcool e drogas.

Deveria ter agido como médica e honrado seu avental branco e sua inscrição no CRM.

Contei tudo isso para dizer que é preciso coragem para exercer qualquer atividade profissional com dignidade.

Antes que alguém me pergunte: O FATO É REAL.

Bjkª. Elza

3 comentários:

Anônimo disse...

cada uma...
vc vem em casa quando? Pode trazer o Balta, viu? A Thelminha tb pode, mas acho que ela não gostaria, né? Bem, venha e traga que quiser :)

Blog do Beagle disse...

Barbara, qual é o número da casa, aí na Rua que Sobe e Desce ??????????????
Irei,sim, pode acreditar.
Caso eu leve o Baltazar ... ele se estressa com os demais bichos ... Acho que os meus são anti-sociais.
Irei só, mas irei. Bjkª. Elza

Anunciação disse...

A Ana tem razão.Apesar de não trabalhar em pronto socorro,às vezes me deparo com situações de intimidação às vezes velada,às vezes clara mesmo.Nessa hora tem que ter coragem e tomar a decisão correta.Um beijo.

Thelma Louise

Thelma Louise
Minha gatinha querida

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Elza Maria sempre em busca de respostas. Paradoxal, curiosa, inteligente, crítica, observadora, sentimental, habilidosa, amorosa, sensível, disciplinada e um montão de outras coisas. Ser humano normal, comum, mediano, mas que gosta de escrever e está no quarto blog.

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