Garça
Era 1.947. Julho. Dia frio. Sem médico, sem maternidade, sem encubadora, sem pediatra, ela deu à luz um menino de menos de 45 cm e com apenas 1.200gr. Primeiro filho só sobreviveu porque a Mãe dela o enrolava em algodão e o mantinha aquecido com bolsas de água quente.
Trata-se de fato real e aconteceu em Garça, cidade do interior de São Paulo que hoje tem uns 30.000 habitantes.
Meu irmão nasceu lá por que meu Pai era delegado de polícia naquela cidade. Esse é o meu irmão mais velho, aquele que ficou doente e que está em casa, saudável e bem.
Era época da Shindo Remei contada pelo Fernando Moraes no livro de alguns anos atrás. O livro é chato e cita nomes e mais nomes e se perde da história principal. Narra com minúcias histórias paralelas ao tema central, mas para quem não conhece, vale a pena saber o que aconteceu com os japoneses do Brasil que não acreditavam que o Imperador se rendera.
Meus Pais moraram em Lucélia e em Garça nessa época. Contavam muitas histórias desses japoneses que lutavam pela glória da pátria distante e matavam todos os que aceitaram a derrota do Japão. Era época de perigo pelas ruas e muito violência entre os orientais onde a colônia era muito grande, como nos locais que citei.
Por falar em guerra, um filho de japoneses me disse para assistir RAN, filme do Kurosawa, que fala das perdas da guerra e mostra que ninguém vence. Fiquei curiosa. Gosto de indicações assim. Conversamos a respeito da Shindo Remei, também.
Estive em longas e interessantes conversas com esse filho de japoneses porque fui com ele para Garça, à serviço. Duas audiências em dias imediatos. Uma loucura de cansaço. Pudera! O corpo maltratado por causa do tombo!!!
Contei para meu irmão que eu iria para a terra dele. Perguntei se queria alguma coisa de lá e ele nem ligou. Ele não sente falta de raiz sob os pés como eu.
Chuva e estrada me trouxeram para casa ontem à noite. Inteira, porque eu conduzi o carro por mais de 4 horas. Ainda bem que trata-se da Castelo Branco. Tapete perfeito e muito bem sinalizada e nenhum acidente ou contatempo no caminho.
Quando cheguei, ontem, o Baltazar já descera do apartamento da madrinha e a minha empregada me devolvera Thelma Louise. Ambos fizeram festa e nos aconchegamos. Como é bom voltar para casa!
Levantei tarde e trabalhei como uma moura a tarde toda, hoje.
Vou dormir com ele que acabou de chegar de BH. A familia está reunida, de novo.
Bjkª. Elza Ah ... claro que existiam muitas garças por lá e a cidade tomou esse nome.
Thelma Louise
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6 comentários:
Oi, Elza. Tem mensagem minha também no post anterior, sobre seu tombo.
Sabe, essa época da guerra foi incrível para japoneses, italianos e alemães aqui do Brasil. Eles se consideravam brasileiros, pois aqui viviam e aqui tinham seus filhos, mas, tinham muito medo do que o governo pudesse lhes fazer, com a entrada do Brasil na guerra. Meu avô paterno morreu em 1959. Imagina que só no início dos anos 80 fomos descobrir uns terrenos que ele havia comprado em Guarulhos-SP ainda na década de 30? O medo de serem confiscados era tanto que nem a família sabia. Abração.
Oi Elza:
Desculpe custar a responder. Claro que pode voltar quantas vezes quiser.
Comentar, deixar recado. Então a perna está melhor. Já fez até uma vigem. Fico interessada nestas histórias do Japão porque tenho uma irmã que mora lá. E uma amiga virual descendente de japonês. A Samantha Shiraishi. Tem link dela na lateral direita do blog Linha. Então é isto.
Bjs.
Bom final de semana.
JF, esse período foi tenebroso, de fato. Minha avó era italiana e ficou furiosa quando mei Pai lhe entregoiu a Cédula de Identidade de Estrangeira! Pudera, ela chegou aqui aos 2 anos de idade e nem falava italiano!!! Boas terras, nossa! Bjkª. Elza
anny, seu blog é muito bom e já andei por lá. Estava tão cansada que nem comentei e nem visitei os links que vc colocou no post. Voltarei. Bjkª. Elza
Um beijo em todos.
Um beijo,querida e fique bem,com Deus.
Oi, Elza,
Bom saber que você deu sinal de vida! Estava preocupada com aquele tombo.
Boa semana!
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